O universo dos carros gêmeos


No ano de 1987, Ford e Volkswagen se uniram, formando assim a Autolatina, uma operação conjunta que visava reduzir os custos no desenvolvimento de novos veículos. No início, as montadoras intercambiavam motores, o que deu origem a modelos da Ford equipados com o AP e, modelos da alemã motorizados com o CHT de origem Renault. No virar da década, chegava ao mercado o primeiro modelo Autolatina, a versão sedan do Escort, batiza de como Verona, era renomeado como Apollo pela Volkswagen, com mudanças sutis no estilo.

Desta joint-venture, surgiram outros gêmeos, Santana e Versailles, também na versão perua, Quantum e Royale, a última disponível apenas na carroceria de duas portas. A balança começou a ficar desequilibrada no momento em que a VW lançou duas versões do Escort de quinta geração com sua marca, o sedan de 2 portas Logus e o Pointer, um Escort quatro portas que nem a própria Ford comercializou no Brasil antes de 1997, após a dissolução da Autolatina.

Além do caso da Autolatina, bem conhecido dos brasileiros, mundo afora diversas montadoras tiveram sua versão gêmea de carros de outros fabricantes, excetuando cópias não autorizadas, são frutos de parceria no desenvolvimento, parte de um mesmo grupo, ou, compra da licença para fabricar um modelo em falta no catalogo. Confira 20 modelos que compartilham a mesma plataforma.

Chevrolet Cobalt - Ravon R4


Fruto de uma parceria entre o governo do Uzbequistão e a General Motors, a Ravon tem sua versão do Cobalt, diferente do Brasil o modelo permanece em linha e hoje, na fabrica estatizada da UzAutoMotors.

Land Rover Discovery I - Honda Crossroad

A Rover pertencia ao grupo BMW, mas havia um acordo também com a Honda, vários modelos da montadora inglesa era baseado em modelos japones, como por exemplo o Rover 400, um Civic com algumas modificações e que chegou inclusive a utilizar motores da PSA (Peugeot-Citroen), o Crossroad era exatamente um Discovery da primeira geração vendido no mercado japonês pela Honda, apenas os logos diferenciavam a versão.

Chevrolet Zafira - Subaru Traviq


A diferença ficava apenas por conta dos logotipos, a Traviq era literalmente uma Zafira comercializada pela Subaru no mercado japonês, fruto de um acordo comercial entre General Motors e a montadora nipônica.

Alfa Romeo 164 - Saab 9000


A plataforma tipo quatro da Fiat ficou conhecida no Brasil graças ao Alfa Romeo 164, mas ela também dava vida ao Fiat Chroma e ao Lancia Thema. O ponto fora da curva é o Saab 9000 que tem um estilo mais sóbrio, na verdade apenas o 164 tinha a carroceria mais recortada com vincos vivos, os demais seguiam a linha de um sedan executivo sóbrio.

Subaru Impreza Wagon - Saab 9-2X


Mais um fruto da parceria entre Subaru e a GM, que na época controlava a Saab, o 9-2X era basicamente o Impreza wagon com uma nova dianteira. O Saab era equipado com motores Subaru, o EJ25 de 2,5 litros aspirado e o EJ20 turbo da versão Aero, um WRX sueco.

Daihatsu Atrai - Asia Towner


Os Kei Cars são muito populares no Japão, no Brasil, tivemos nos anos 90 alguns representantes desta categoria como o Subaru Vivio e alguns modelos da própria Daihatsu. Mas a Asia Motors trouxe a Towner nas configurações, furgão, passageiros e picape, que nada mais era do que uma versão da Daihatsu Atrai, uma variação Hijet. Na Europa, a Piaggio ainda hoje fabrica o Porter, baseado em modelos japoneses. 

Chrysler Town & Country - Volkswagen Routan


Minivans são populares no mercado norte-americano, a Volkswagen precisava de um veículo na categoria para expandir o mercado, sobretudo nos Estados Unidos, a solução foi fabricar no Canadá uma versão da Crhysler Town & Country, nasceu assim a Routan, produzida entre os anos de 2008 e 2013. 

Suzuki SX4 - Fiat Sedici


A Suzuki já teve inúmeras parcerias, entre elas com a Fiat, que teve como fruto o SX4/Sedici, modelo que chegou ao Brasil como Suzuki mas não obteve sucesso. Um crossover compacto com opção de tração nas 4 rodas, era dotado de um design controverso. Os modelos destinados ao mercado europeu saiam da fábrica da Suzuki na Hungria. 

Toyota Hilux - Volkswagen Taro


Antes da Amarok, a Volkswagen teve sua picape média na Europa, a Taro, uma Hilux com emblemas da montadora alemã. A sua produção ocorreu entre os anos de 1989 e 1997, com opção de tração traseira ou 4x4, cabine simples ou estendida. Os motores assim como todo o resto era de origem Toyota, a Volkswagen apenas montava o modelo em sua planta de Hanoover na Alemanha.

Fiat 124 - Lada 2101


O Lada Laika vendido no Brasil era o modelo 2105, porém, continuava a ser baseado no Fiat 124, a AutoVaz adquiriu a licença para produzir o modelo italiano em 1970. Além da versão russa, outros países e fabricantes tiveram sua versão do 124, a Seat que a antes de pertencer ao Grupo Volkswagen era baseada em modelos Fiat, ainda existiram versões da Tofas na Turquia e, a indiana Premier.

Mitsubishi L200 - Fiat Fullback


Assim como a Volkswagen a Fiat precisava de uma picape média, então encarregou a Mitsubishi de fabricar uma versão da L200, a Fullback foi cogitada para o Brasil, mas a ideia não foi levada adiante, além de Fullback, houve também a versão RAM 1200, o modelo durou apenas 3 anos no mercado, de 2016 a 2019.

Toyota Aygo - Citroen C1


Mais um caso no qual uma montadora terceiriza um modelo a outro fabricante, o Toyota Aygo nada mais é do que uma versão do Citroen C1 e Peugeot 107/108. Um pequeno compacto urbano vendido no mercado europeu e sul-africano. 

Ford Fiesta - Mazda 121


Um caso do qual um mesmo carro de montadoras de um mesmo grupo ganham suas versões. O Mazda 121 era literalmente um Fiesta com poucas modificações de estilo.

Dacia/Renault Sandero - Lada Xray


A Renault assumiu a AutoVaz em 2014, a Lada como parte do grupo, recebeu sua versão do Sandero, projeto da subsidiária romena da Renault, a Dacia. A versão sedan foi batizada como Vesta e é baseada na plataforma do Logan.

Mitsubishi Lancer - Proton Inspira


Uma joint-venture entre a Perodua da Malásia e a Mitsubishi resultou na Proton que fabrica modelos da Mitsubishi no mercado malaio, o Inspira nada mais é do que um Lancer rebatizado.

Mitsubishi Outlander - Peugeot 4007


Mais um caso de veículo fabricado sob encomenda, o 4007 e sua versão Citroen C-Crosser, eram fabricadas pela Mitsubishi, utilizando a mesma carroceria da segunda geração do Outlander.

Toyota IQ - Aston Martin Cygnet


A Toyota tem histórico de carros compactos, mas para a Aston Martin foi um modelo único e controverso. Concorrente do Smart, o modelo inglês focava no luxo, enquanto o Toyota e a versão Scion, eram despojadas e focadas no público jovem, o modelo não obteve exito. 

Toyota Matrix - Pontiac Vibe


A Toyota e a General Motors trabalharam conjuntamente nos Estados Unidos, através da NUMMI (New United Motor Manufacturing Inc.), a união durou de 1984 a 2010. O Vibe era uma versão do Matrix, assim como existiram também modelos gêmeos da Buick e da Chevrolet. A Toyota ainda fabricou o Cavalier até 2005, versão do nosso conhecido Monza.

Eagle Talon - Mitsubishi Eclipse


Ao contrário do que muitos acreditam, o Eclipse era um modelo para o mercado norte-americano, a Eagle era na verdade uma marca do Grupo Chrysler que era responsável por desenvolver modelos em conjunto com a Mitsubishi. Apesar do estilo distinto, é evidente que ambos carros são gêmeos.

Renault 12 - Ford Corcel


Um caso nacional, o Corcel é baseado no Renault 12, a Willys antes de ser vendida para a Ford, já estava com o carro praticamente pronto, então a americana decidiu vender o modelo de origem Renault no mercado brasileiro, bem sucedido, o Corcel deu origem à perua Belina, ao Corcel II e ao Del Rey.

Comentários

  1. Agora está claro na minha mente porque Apollo e Verona eram tão idênticos. Nem imaginava esta relação entre as montadoras!

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    1. Esses dois são os mais idênticos, tanto que se trocar a grade ninguém sabe quem é quem, a traseira tem um pouco mais de diferença, mas o Santana e Versailles, Quantum e Royale também são o mesmo carro, mas a lateral é o ponto chave, já Logus e Pointer, são versões do Escort mais moderno que a própria Ford não teve.

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