História Ilustrada - Subaru Impreza GC

Motor boxer e tração integral são sinônimos do Impreza desde de sua primeira geração, popularmente conhecida como GC. Um carro em evolução constante, um dos seus trunfos foi o sucesso quase imediato nos ralis.


Sua primeira aparição em uma foto oficial em março de 1992 ocorreu com outro nome, Royale, como era batizado seu antecessor Leone em alguns mercados. Ao chegar ao mercado em novembro do mesmo ano, o nome de batismo oficial é o que conhecemos, e que ainda hoje faz parte do portfólio da Subaru, nascia assim o Impreza. Um outro motivo que levou a Subaru a desenvolver o Impreza, foram as mudanças no regulamento do WRC (World Rally Championship), que impediriam a participação do Legacy.

O Impreza de primeira geração tinha um design limpo, linhas arredondadas e uma ampla área envidraçada. Disponível nas carrocerias cupê, sedan e perua, sendo o cupê exclusivo desta geração. Um ponto de destaque do design ficava por conta das portas com janelas sem moldura. Apesar de simples, a carroceira era elegante, praticamente sem vincos, contava com belas curvas e painéis lisos e de formas suaves, assim como era tendência da época, os faróis tinham perfil baixo, na versão de entrada, GL, a grade dianteira era praticamente fechada.

Nas versões básicas a grade era quase fechada, o estilo era sóbrio até demais. Imagem:s.auto.drom.ru

Mantendo a tradição da marca, o Impreza também era equipado com motor boxer, com seu quatro cilindros contrapostos e 16 válvulas, trazendo a vantagem de um centro de gravidade baixo. O motor contava com três diferentes configuração, a de 1,6 litro era a mais simples, e tinha potência de 99 cv com torque de 14,1 kgfm, era a única com tração dianteira, além da integral. A versão intermediaria, apenas com tração nas 4 rodas, era equipada com o motor 1.8 que rendia 113 cv e 15,7 kgfm, por fim, a 2 litros com seus 115 cv e 17, kgfm de torque. Toda linha contava com a opção de transmissão manual de 5 marchas e, automática de 4 velocidades.

As coisas começam a ficar mais interessantes na versão WRX, o motor de 2 litros recebia um turbo, a potência saltava para 243 cv e 31 kgfm de torque no modelo japonês, nos demais mercados era rebatizado como GT ou GT Turbo, a potência e o torque eram reduzidos para 218 cv e 27,8 kgfm, mas para os padrões da época continuam números impressionantes. Tomando como exemplo o mercado europeu, apenas o Lancia Delta Integrale Evo e Ford Escort RS Cosworth passavam dos 200 cv.

As mudanças no WRX/GT transformavam o Impreza em outro carro, disponível nas versões sedan, cupê e perua (foto). Imagem:jdmsportclassics.com

Além da mecânica, o WRX/GT recebia também mudanças estéticas, rodas de 16 polegadas, para-choque frontal redesenhado com faróis auxiliares circulares, tomada de ar no capô, com a função de direcionar ar para o intercooler, e, aerofólio traseiro. Mesmo com peso de 1230 kg, a versão surpreendia em desempenho, a transmissão integral tem sua parte em ambos, tanto pelo peso extra, quando o comportamento em curvas, um verdadeiro carro de rali.

Em 1994, a STi, Subaru Tecnica Internacional, apresentava a primeira versão do Impreza STi, disponível nas carrocerias sedan e perua, era restrita ao mercado japonês, era baseada no WRX com melhorias no motor, câmbio e suspensão, visando um comportamento ainda mais esportivo. A potência saltava para 250 cv e o torque elevado a 31,5 kgfm, a aceleração até os 100 km/h era realizada em 4,7 segundos, alcançando 250 km/h. No ano seguinte ao lançamento, o STi passava a contar com as rodas douradas, a partir de então padrão na versão.

Lançado em 1994, o STi ganhou no ano seguinte uma das suas marcas registradas, as rodas douradas. Imagem: s.auto.drom.ru

O STi Type RA, era abreviação de racing, além de homologado para corridas, fazia parte do Grupo A da FIA. A potência era elevada para 275 cv e o torque recebia o acréscimo de 1 kgfm, a versão ainda passava por um alívio de peso, dieta que eliminava o sistema de áudio, ar-condicionado e isolamento acústico. Outra novidade era a adoção de diferencial central que podia ser bloqueado, mantendo a distribuição de tração entre os eixos em 50/50.

STi Type R, assim como o sedan Type RA, era focado em desempenho, sem sistema de áudio, ar-condicionado e isolamento acústico, visando a redução de peso. Imagem: wixmp.com

Um novo aumento de potência ocorreria em 1995, toda linha STi passava a contar com 275 cv, o RA passava aos 280 cv e o torque chegava aos 35 kgfm, inclusive há quem diga que o modelo beira os 300 cv, porém era declarado menos com base no acordo entre as montadoras japonesas, no qual nenhum carro deveria passar da marca de 280 cv. Junto às melhorias de desempenho, o Type R repetia no cupê as mudanças destinadas no sedan Type RA.

Sucesso no Rali

Um dos grandes feitos do Impreza no rali ocorreu já em sua estreia no Rali dos Mil Lagos, na Finlândia em 1993. Ari Vatanen conquistou o primeiro pódio, garantindo o segundo lugar na prova. No ano seguinte a primeira vitória, ocorrida no Rali de Acrópole, na Grécia, responsável pelo piloto Carlos Sainz, que somou ainda o segundo lugar nas provas de Córsega, Argentina e Saremo, chegando em terceiro nos ralis de Monte Carlo e da Finlândia. Ainda na temporada de 1994, pilotos lendários como Richard Burns chegou em quinto na Austrália, Colin McRae somava três vitórias: Nova Zelândia, Austrália e País de Gales.

Famoso 555 do rali, na imagem o carro do campeão Colin McRae. Imagem:nocookie.net

A Subaru obteve com o Impreza grande êxito nos ralis entre os anos de 1995 e 1997, sendo neste último ano integrante do WRC, World Rally Chapionship, que permitia alterações mais extensas nos veículos quando comparados aos modelos de rua. Somando 3 mundiais de construtores e 1 campeonato de pilotos com Colin McRae em 1995, o Impreza logo tornou-se um ícone das pistas, o que se sucedeu nas gerações seguintes.




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