História Ilustrada - Holden Commodore (VE) Ute
Picapes derivadas de sedans grandes, o mercado automotivo australiano proporcionou um seguimento único conhecido como Ute, utilitários focados no trabalho e no lazer.
Como em todo mercado automotivo regionalizado, a Austrália tinha até pouco tempo uma personalidade bastante forte. Um país no qual os sedans grandes são sucesso absoluto, surpreende com um derivado único, mas muito interessante, as Ute's, no caso da Holden, subsidiária da General Motors na Oceania, o utilitário com vocação para o trabalho e lazer, era baseado no Commodore, mais conhecido no Brasil como Omega australiano.
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Um exemplar de carroceria tipo chassi da geração VZ. Imagem: res0.grays.com |
A Ute da Holden foi introduzida no mercado em 1990, como uma variação da carroceria VN. No ano 2000, uma nova mudança na linha, a Ute era emancipada da família Commodore e mais uma vez, o código da carroceria era diferente, enquanto o sedan adotava o VX, a picape era batizada como VU. Sua primeira re-estilização seguia novamente o código do sedan. a VY de 2002, uma nova mudança de design aconteceria apenas 2 anos depois, denominada VZ.
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Crewman, versão 4 portas, na imagem na versão S. Imagem: i.pinimg.com |
A terceira geração da Ute, primeira emancipada, era disponibilizada assim como as anteriores em 3 opções de carroceria, chassi que permitia a instalação de diversos tipos de implementos, cabine dupla (Crewman), e a cabine simples, em versões que variam de das mais simples também dedicadas ao trabalho, passando pelas mais completas, e claro, nas versões esportivas. Mecanicamente eram disponibilizadas duas motorizações, o V6 3.6 Alloytec, que no Brasil equipou Captiva e o Omega importado da Austrália. A segunda opção era mais emocionante, um LS1, V8 de 5,7 litros que entregava até 320 cv dependendo da versão. A transmissão variava entre caixas automáticas de 4 e 5 velocidades e manual de 5 e 6 marchas, a tração era predominantemente traseira, com exceção da Cross 6, equipada com tração integral, disponível apenas com motor V6 e câmbio automático de 4 velocidades.
O início do fim
A segunda geração da Ute chegou ao mercado em 2007, mas trazia consigo algo inédito na história do utilitário, com o código de carroceria VE, inalterado por 10 anos, apenas a versão cabine simples era oferecida, nem mesmo a versão chassi sobreviveu nesta geração, no Brasil a VE foi comercializada na versão sedan, batizada como Omega Fittipaldi.
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Acabamento simplificado e vocação para o trabalho, assim era a Ute Omega. Imagem: favcars.com |
Omega também era a versão básica da Ute desta geração, por fora as rodas de aço já denunciavam ser um carro de entrada, assim como os para-choques com design mais simples e retrovisores sem pintura. Na mecânica o motor era o mesmo Alloytec V6 da geração anterior, calibrado para render 245 cv, potência foi elevada em 20 cavalos em 2010. A versão intermediária era a SV6, incialmente com motor de 265 cv, mas em 2010 a potência chegava aos 285 cv.
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Redline, uma SS-V com motor V8 e pacote de suspensão e freios revistos. Imagem: autoguide.com. |
As versões SS e SS-V eram equipada com motor V8 L-76 de 6 litros, entregando 367 cv a 5700 rpm e 54 kgfm de torque a 4400 rpm. Houve também mudanças na motorização em 2010, o motor foi substituído pelo L-77 com a mesma cilindrada, porém, preparado para utilizar etanol na proporção de até 85%, o E85. Não havia diferença nos números de torque e potência, a transmissão era de 6 marchas, tanto para manual quanto para automática.
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HSV (Holden Special Vehicles) Maloo, versão ainda mais agressiva da Ute. Imagem: topspeed.com |
Houve ainda uma terceira geração da Ute, porém, com mudanças cosméticas e adoção do motor LS3 nos modelos SS, ficando apenas 2 anos no mercado de 2015 a 2017, marcando assim o início de tempos sombrios para a subsidiária australiana da GM. Ao contrário das representantes europeias que foram adquiridas pelo Grupo PSA, posteriormente absorvido pela FCA, Fiat Chrysler Automobiles, formando a Stellantis, sobrevivem com novos projetos baseados nos carros franceses do grupo, a Holden deixou de existir em 2021. Para o mundo automotivo é uma perda inestimável, uma história de grandes sedans, utilitários diferentes de tudo que vemos em outros mercados e versões ainda mais insanas feitas pela divisão especial HSV. Os trovões australianos jamais serão esquecidos.
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