Fiat 45 anos - Confira 15 modelos que inovaram e marcaram a história da montadora no Brasil


Embora tenha iniciado suas atividades em Turim na Itália em 1899, a Fiat (Fabbrica Italiana Automobilli Torino), celebrou no último dia 9, seus 45 anos de operação no Brasil. Instalada em Betim (MG) em 1976, a montadora tem grande destaque no segmento de veículos compactos. Líder absoluta de mercado por 13 anos consecutivos, de 2003 a 2015, a empresa comemora a volta a liderança com 22,1% de participação de mercado no primeiro semestre deste ano, a picape Strada tem sido o grande trunfo da montadora em tempos turbulentos no mercado automotivo global.

Durante as quatro décadas e meia de história no país, a montadora de origem italiana teve seus momentos de glória e fases não muito boas. O que não podemos negar é a inovação e coragem da Fiat ao longo da história, inclusive sendo pioneira no mercado de picapes compactas, inovando ao introduzir no mercado o primeiro carro nacional movido a álcool e o primeiro motor turbo alimentado original, listamos 15 modelos que agitaram o mercado e ainda hoje são o sonho de muita gente.

147 1976

O primeiro modelo da marca a sair da fábrica de Betim, foi o primeiro carro produzido no Brasil com motor transversal, com 1050 cm³ de deslocamento interno, era um motor moderno, com comando de válvulas no cabeçote de alumínio, acionado por correia dentada, tinha a potência bruta de 56 cv, conhecido por sua elasticidade mecânica foi projetado por Aurelio Lampredi, famoso projetista de motores Ferrari.


147 Pickup 1978

Foi a primeira picape derivada de um automóvel no Brasil, segmento que apenas cresceu ao longo dos anos. A 147 Pickup mantinha as mesmas dimensões do hatch, a tampa da caçamba tinha abertura lateral e a capacidade de carga era de 450 kg.


147 álcool 1979

Após 3 anos de testes realizados por todo Brasil, chegava ao mercado o primeiro veículo movido a etanol, o Fiat 147 Álcool. Não demorou muito para surgir o apelido de "cachacinha", graças ao odor característico que saia do escapamento. Equipado com motor de 1,3 litro que rendia 60 cv e superava o modelo simlar a gasolina em velocidade máxima, aceleração e retomadas. No mesmo ano de 1979, o cantor Raul Seixas lançou a música "Movido a Álcool", uma crítica ao programa Proálcool e o incentivo para fabricação de carros movidos com o derivado da cana.


Oggi CSS 1984

Versão esportiva do sedan derivado do 147, nasceu com o propósito de homologar o modelo para competir no Campeonato Brasileiro de Marcas. O motor de 1.415 cm³, era na verdade o 1.3 com maior curso, além, de mudanças no cabeçote, adoção, carburador e filtro de ar, resultando em 78 cv de potência máxima. O modelo contava também com melhorias na suspensão, rodas de alumínio, spoiler, saias laterais, aerofólio sobre a tampa do porta-malas e uma discreta ponteira cromada complementavam o estilo. O Oggi CSS era disponibilizado apenas em preto com produção limitada a 300 unidades.


Uno 1.5R 1987

Substituto do Uno SX, sim, o R não foi o primeiro modelo esportivo do Uno, mas o 1.5R chamava atenção pelas faixas decorativas, o pequeno defletor na tampa traseira, inicialmente equipado com calotas apelidas como "disco de telefone", em 1989 o modelo recebia faixas com novo grafismo, amortecedores pressurizados e rodas de liga-leve. Com todas a melhorias no motor e adoção de carburador duplo, utilizando álcool como combustível, rendia 85 cv. Mais rápido do que o Escort XR-3, perdia do Gol GT e GTS, apesar de ter um motor elogiado por sua elasticidade. Em 1993, chegava o 1.6R mpi, equipado com injeção eletrônica e curiosas barras longitudinais no teto.


Fiat Tipo 1993

Importado da Itália na versão 1.6 i.e. o Tipo marcou o início da expansão da Fiat no Brasil, sucesso de vendas, não demorou para receber outras versões, como a esportiva Sedicivalvole equipada com motor 2.0 16 válvulas que rendia 137 cv, a velocidade máxima era de 204 km/h, o 0 a 100 km/h era alcançado em 9 segundos. O Tipo sofreu com uma série de incêndios no modelo 1.6, o fluído da direção hidráulica vazava em cima do escapamento quente, provocando a combustão, um recall foi convocado, mas imagem do carro já estava "queimada".


Fiat Tempra 16V 1993

Os anos 90 foram marcados por inovações na linha de produtos da Fiat, o primeiro sedan médio da marca por si era inovador, um design moderno para época era apenas parte de seus predicados. Em 1992, chegava ao mercado brasileiro o Tempra 16v, primeiro automóvel nacional com 4 válvulas por cilindro. O motor de 2 litros rendia 128 cv, que levava o sedan aos 100 km/h em 9,8 segundos e a velocidade máxima de 202 km/h. Disponível nas carrocerias de 2 e 4 portas, era equipado com rodas de 14 polegadas em alumínio com a face polida, freio a disco nas 4 rodas, entre outras primazias como bancos com regulagem elétrica.


Uno Turbo i.e. 1994

O primeiro carro brasileiro equipado com turbo de fábrica, o Uno Turbo ainda hoje é um dos modelos mais aclamados da década de 1990. O motor 1.4 rendia 118 cv, cumprindo o 0 a 100 km/h em apenas 9,2 segundos. Além do motor, o Turbo contava com mudanças na suspensão, freios e o estepe não cabia no cofre do motor, ficava me um a bolsa no porta-malas. A estética era agressiva com novos para-choques, grade redesenhada, aerofólio traseiro e rodas de 14 polegadas. No interior bancos esportivos, painel com informação de pressão de turbo e volante de 3 raios completavam o pacote.


Tempra Turbo i.e. 1994

O carro mais rápido do país na sua época, o Tempra Turbo superava o Omega 3.0 de seis cilindros em linha, com velocidade máxima de 220 km/h, acelerando de 0 a 100 km/h em 8.2 segundos. O motor do Tempra Turbo era um 2.0 de 8 válvulas, o turbo Garret trabalhava com 0.8 kg de pressão, equipado com intercooler entregava 165 cv de potência. O sedan duas portas tinha um perfil esportivo porém discreto, um pequeno aerofólio na traseira, as rodas de 14 polegadas eram as mesmas usadas no Uno Turbo. No ano seguinte a linha aumentava com a versão Stile, a versão 4 portas com motor turbo, ainda mais discreta. Em 1996, o Stile passava a ser denominada Turbo Stile e adotava rodas de 15 polegadas.


Coupe 1995

Usando a mesma plataforma do Tipo, o Coupe tinha o design assinado pelo estúdio Pininfarina, o mesmo responsável pelos modelos da Ferrari, que inclusive na época era de propriedade da empresa de Turim. O responsável pelo estilo único do Coupe, o norte-americano Chris Bangle, que ficaria conhecido por desenhar modelos da BMW e Kia. No Brasil foi importado apenas na versão 2.0 16V, a mesma que equipava o Tipo Sedicivalvole, no mercado europeu havia ainda a versão turbinada deste motor que entregava 190 cv, além do 2.0 de cinco cilindros que rendia 147 cv na versão aspirada e 220 cv na turbo, este último que equiparia o Marea no Brasil, mas com potência reduzida.


Palio 1996

Sua principal missão era aposentar o Uno, o que acabou não acontecendo, porém, entre suas tantas versões, 5 reestilizações e 2 gerações, foi um dos grandes responsáveis pela liderança de mercado da Fiat a partir de 2003. O Palio deu origem a uma família completa de compactos contanto com o sedan Siena, a picape Strada e a perua Weekend. Sucesso de vendas permaneceu por 25 anos no mercado. 


Marea Turbo 1998

Sucessor do Tempra, o Marea chegou ao mercado brasileiro mantendo a inovação de seu antecessor, na versão turbo, o sedan e a perua contavam com motor 5 cilindros 20v turbo, entregando 182 cv de potência, foi o carro nacional com maior potência até 2003, perdendo o posto para a série de 100 unidades do Golf GTI VR6 comercializadas no Brasil. Apesar de sofrer com erros no manual, como o intervalo de trocas de óleo muito extenso, e com a falta de profissionais qualificados, adquiriu uma má fama que não é culpa do projeto, muito além de seu tempo. O turbo se diferenciava pelas rodas de 15 polegas mais largas do que nas demais versões e saídas de ar no capô. Havia também uma versão aspirada de 5 cilindros com 2,4 litros de cilindrada.


Idea 2006

Quando chegou ao Brasil, o segmento dos monovolumes estava em alta, o nome é uma homenagem ao estúdio de design I.DE.A, responsável por seu desenvolvimento. Medindo pouco menos de 4 metros, o maior destaque do carro era seu aproveitamento de espaço, o teto alto ajudava a dar uma sensação de amplitude, o espaço no banco traseiro comportava confortavelmente pessoas altas, porta-trecos era o que não faltava em seu interior, o espaço do porta-malas também era razoável para seu porte. Disponibilizado com motorização 1.4 Fire e 1.8 Família 1 de origem GM, contava com desempenho apenas satisfatório. Era oferecido em duas versões, a básica ELX e a HLX com melhor acabamento e teto solar panorâmico opcional. Outro destaque do Idea era a adoção de vidros laminados nas portas, além do para-brisa, fazendo com que a cabine fosse muito silenciosa.


Punto 2007

Assim como o Palio falhou na missão de aposentar o Uno, o Punto não atingiu o objetivo de substituir o Palio. Embora tenha começado sua história com os mesmos motores que equipavam o Idea, o Punto merece destaque graças ao T-Jet de 2009. Com motor 1.4 16v turbo que desenvolvia 152 cv de potência, a versão contava com diversas mudanças de estilo quando comparado as demais versões, para-choques diferenciados, rodas de 17 polegadas, molduras pretas nas caixas de rodas e ponteira dupla de escapamento, conferiam ao Punto um ar mais esportivo, no interior, o destaque ficava por conta do centro do painel pintado na cor da carroceria.


Toro 2016

Goste ou não, a Fiat Toro é um veículo inovador por lançar uma categoria no Brasil que era inexiste, uma picape que não seja pequena como as derivadas de hatches, mas que também seja mais prática na cidade do que uma picape média com cabine dupla. A Toro une um veículo com caçamba ao conforto de um automóvel leve com estrutura monobloco, seu porte é similar ao dos SUVs compactos, dividindo a plataforma com o Jeep Renegade. Embora tenha a opção do excelente motor 2.0 turbo diesel, as versões mais simples foram duramente criticadas pela adoção do antigo Etorq 1.8 16v, desempenho ruim e alto consumo sempre foram as principais críticas ao modelo. A linha 2022 resolve de uma vez por todas ete ponto fraco, graças a adoção do do novo GSE 1.3 turbo que entrega a potência de 185 cv, além de conferir um menor consumo de combustível.


  



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