História Ilustrada - Honda CRX
Integrante da família Civic, o Ballade Sports CR-X ou apenas CRX, surgiu como um hatchback esportivo e jovem na terceira geração de um dos carros mais bem sucedidos, apesar da versão não ter ultrapassado a quarta geração, faz parte da história de quase 50 anos do lendário Honda.
Os anos 80 tiveram uma estética inconfundível, o início da informatização do Mundo, roupas extravagantes, o chique cafona, inesquecível para a música e, repleto de carros que exageravam nas linhas retas, alguns ficaram datados, outros ostentam um visual carregado, polainas, para-choques protuberantes, saias com pintura em tons que nem sempre conversam entre si, e alguns modelos que até hoje são exemplos de um estilo minimalista, simples e atemporal.
Linhas típicas da década de 1980, linhas retas e pintura em 2 tons, Ballade Sports CRX como foi batizado no Japão. Imagem: carpedia.altervista.org |
O Honda Civic surgiu em 1972, um hatch compacto, econômico e com baixo nível de emissões, algo extremamente desejável em plena crise do petróleo. Em setembro de 1983, o Civic chegava a sua terceira geração, quatro anos após a primeira reformulação no modelo. A nova linha era responsável por ampliar a gama de modelos da família, além do hatchback e do sedan, passavam a fazer parte da linha a perua Shuttle e, o hatch esportivo batizado de Ballade Sports CR-X no Japão, que na Europa e Estados Unidos era chamado simplesmente de CR-X.
No Japão, a versão Si já trazia sob o capô o lendário B16, em destaque a inscrição DOHC na lateral, artifício presente também no Civic Si de 8ª geração. Imagem: favcars.com |
O Ballade Sports CR-X era oferecido com duas opções de motorização, ambas de 4 cilindros em linha, 1,3 litro 12 válvulas (3 por cilindro), alimentado por carburador e que rendia 79 cv de potência máxima nos veículos de entrada. A outra versão era equipada com motor 1,5 litro também de 12 válvulas, porém, alimentado por injeção eletrônica de combustível, o que elevava a potência para 109 cv, números modestos para um carro de características esportivas, ambos podiam receber transmissão automática, isso em 1983.
Uma nova geração: mesma fórmula, design aprimorado.
Em 1987, quatro anos após o lançamento da geração anterior, o Civic mudava mais uma vez e o CR-X acompanhou essa evolução, embora mantivesse a plataforma antiga, o hatch e o sedan já utilizava uma nova plataforma maior e mais espaçosa para os passageiros. O CR-X de segunda geração ainda trazia linhas retas, mas eram suavizadas, os faróis eram mais baixos e alongados, os para-choques mais integrados ao desenho do carro, além de ganharem pintura na cor da carroceria, na traseira as maiores mudanças eram o desenho das lanternas que preenchiam toda a seção e uma seção transparente na tampa traseira.
A segunda geração do CRX mantinha a base anterior, novos para-choques, conjunto ótico redesenhado, cantos arredondados e área envidraçada na tampa traseira. Imagem: http://classiccardb.com |
Se no design as mudanças não foram muitas, mecanicamente as coisas eram bem diferentes, começando pela suspensão traseira que trocava a simplicidade do eixo de torção, pelo refinamento da suspensão de braços sobrepostos, freio a disco nas rodas traseiras também era novidade no modelo. Sob o capô, motores em alumínio, quatro válvulas por cilindro e injeção eletrônica em todas as versões, eram itens presentes na atualização do CR-X.
Assim como na traseira, a dianteira recebia poucas mudanças, mantendo a elegância do desenho original. Imagem: classiccars.com |
As motorizações disponíveis na linha Civic eram os 1,5 de 70 e 92 cv, no Japão eram oferecidas ainda as versões 1,6 16 válvulas de 120 e 130 cv, além do CR-X Si, com o mesmo motor que equipava o Civic hatch SiR, o lendário B16 1,6 16 válvulas com comando de válvulas variável, o famoso VTEC de 160 cv, o veículo de aspiração natural com a maior potência especifica da época, 100 cv/l. O comportamento do motor era duplo, manso em baixos giros e agressivo depois 5500 rpm, o torque máximo era de 15,5 kgfm.
Motor B16, 4 cilindros de aspiração natural de 160 cv, por muito tempo o motor aspirado com maior potência específica em produção: 100 cv/l. Imagem: ibsrv.net |
Embora a vida do CR-X tenha sido curta, fabricado de 1983 a 1991, é um modelo carismático e que ainda hoje tem muitos fãs ao redor do mundo, fruto de uma época de expansão da Honda no mercado norte americano, o CR-X foi um dos modelos que saiam da recém inaugurada fábrica da Honda America em Ohio, no ano de 1984. Pouquíssimas unidades do CR-X chegaram ao Brasil em 1991, após a reabertura do mercado para veículos estrangeiros, porém, o nome CRX ficou conhecido graças a versão targa do Civic da geração seguinte, o Del Sol, mas já era outro carro com outra proposta.
CRX de 1992, agora um targa-cupê com linhas mais arredondas. Imagem: carandclassic.co.uk |
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